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Autismo: manter rotina na pandemia ajuda na organização emocional

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma disfunção neurológica caracterizada pelo comprometimento da interação social, comunicação verbal e não verbal, comportamento restrito e repetitivo. Em meio a pandemia, é preciso estar atento aos cuidados com as pessoas que têm o transtorno e que podem ser afetadas pela mudança de rotina. Em Fortaleza, o Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), atende atualmente cerca de 80 crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). 

Além das crianças e dos adolescentes, o tratamento realizado no HSM também é estendido aos pais. “Eles são acolhidos e recebem apoio para que possam conviver melhor em família, ajudando na evolução do filho”, conta Marleide Oliveira, psicóloga que trabalha no ambulatório do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM).

Neste momento de pandemia, os atendimentos estão sendo realizados de forma virtual para os casos mais leves e presenciais em casos mais graves, como forma de ajudar a se manterem emocionalmente organizados e para que não haja prejuízo em suas atividades diárias.

“O isolamento social é uma condição que gera ansiedade e instabilidade emocional em todas as pessoas. Por isso, orientamos que, neste momento, é muito importante desenvolver estratégias para preencher os horários das crianças e adolescentes autistas, com rotinas já adotadas, como a manutenção de horários para acordar, tomar banho, lanchar, brincar, ver televisão, fazer tarefas escolares e demais atividades domésticas”, orienta.

A psicóloga reforça, ainda, a importância de incentivar a autonomia da criança, dando opções de atividades. “Utilize perguntas que a criança já consiga entender, questionando o que ela deseja fazer e criando novas rotinas adaptadas ao ambiente domiciliar, com pinturas, artesanato, dança, exercícios físicos, quebra-cabeça e culinária”, sugere.

Sobre o diagnóstico, a psicóloga Marleide Oliveira, explica ele é realizado no Núcleo de Atenção à Infância e Adolescência (Naia) do hospital, feito por anamnese (uma entrevista conduzida pelos profissionais especializados) e por meio da observação. 

“O acompanhamento psicológico tem um papel essencial, podendo auxiliar no desenvolvimento social, nos estímulos das funções cognitivas (atenção, percepção e memória), na comunicação e nas emoções, sendo utilizados como recursos terapêuticos os instrumentos lúdicos (brinquedos e jogos) para o estímulo de habilidades variadas e melhora na qualidade das interações sociais e comportamentais”, disse. 

Por Rebeca Quirino

*Imagem de capa: internet

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