Educação
Projeto para respiração assistida de bebês e crianças será lançado nesta quarta-feira
O inovador capacete Elmo, que evita intubação e ajuda a salvar tantas vidas de pacientes com insuficiência respiratória, especialmente causada pela covid-19, terá uma versão destinada a bebês e crianças. O Projeto Elminho, assim denominada a nova iniciativa, será oficialmente apresentado nesta quarta-feira (24), às 11h30, em evento no auditório Paulo Marcelo Martins Rodrigues (rua Coronel Nunes de Melo, 1315, Rodolfo Teófilo) da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal do Ceará.
O Prof. Marcelo Alcântara, do Departamento de Medicina Clínica da FAMED, idealizador e coordenador do projeto que deu origem ao Elmo, à época em que esteve à frente da superintendência da Escola de Saúde Pública (ESP) da Secretaria da Saúde do Estado (SESA), explica que, como tudo o que envolve o Projeto Elmo, o Elminho também é um projeto multi-institucional, que deverá ter a participação de vários atores e instituições.
Além da UFC, ESP e SESA, o Prof. Marcelo Alcântara menciona que do projeto original do Elmo participaram a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP), a Universidade de Fortaleza (UNIFOR), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), junto com a empresa Esmaltec, que é quem fabrica e comercializa o capacete Elmo.
“O Elminho envolve opiniões de todos aqueles inventores, pesquisadores e colaboradores que trabalharam no Projeto Elmo, além de colegas da área de pediatria”, diz. Entre os médicos intensivistas pediatras, ele cita Ricardo Falcão, além da fisioterapeuta da área pediátrica Taís Modesto.
O Prof. Marcelo Alcântara explica que o Projeto Elminho está começando somente agora porque em 2022, quando poderia ter sido iniciado, não teve financiamento. “Este ano a gente espera contar com financiamento de todos esses atores que estão participando do Projeto Elmo. Vamos convidá-los a se integrarem em um novo projeto e aportarem recursos, cada um em sua área”, acentua.
Como exemplos das colaborações possíveis, ele assinala os recursos humanos e de laboratórios da UFC, como o Laboratório de Respiração (RESPILAB) da FAMED e os do Departamento de Engenharia de Teleinformática, já envolvidos com o Elmo original.
“O Sistema SENAI/FIEC tem uma excelente base para prototipagem. A própria UNIFOR tem muita gente na área de Design, que participou do Projeto Elmo. E a Escola de Saúde Pública tem uma diretoria de inovação que pode ajudar muito a gente a fazer os testes na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), a validação de pacientes. Temos, enfim, todo esse conjunto de atores”, exemplifica.
O novo capacete, segundo o professor, será inspirado no original Elmo e em experiências de uso de capacete da mesma natureza criado na Itália. “Já levantamos toda a literatura científica e vamos levantar também toda a literatura tecnológica, inclusive de patentes, em relação a esse dispositivo”. A equipe, informa ele, ainda está estudando qual o limite inferior da faixa etária a que vai se destinar o Elminho, se seis meses ou um ano. Já a idade máxima dos usuários será de 14 anos, pois, a partir desse limite, geralmente já pode ser usado o Elmo de adultos.
A proposta é que, através do Projeto Elminho, seja desenvolvido um dispositivo de fácil uso e acessível que possa ser aplicável não apenas em ambiente de terapia intensiva, mas também possa ser levado a diferentes municípios do interior do País. Para ele, trata-se de uma questão de equidade e de humanidade que auxilie a reduzir desigualdades regionais e sociais na área da saúde pública.
FUNDAÇÃO – Nesta quarta-feira (24), além de apresentar o Projeto Elminho, o Prof. Marcelo Alcântara vai detalhar mais uma novidade: a criação da Fundação Elmo para Suporte Respiratório. A proposta de criar a instituição surgiu a partir do Prêmio Euro de Inovação na Saúde, conquistado pelo capacete Elmo de respiração assistida.
“Essa é uma fundação que nasce privada, obviamente sem fins lucrativos, cujo objetivo é apoiar as atividades de pesquisa, inovação, educação e memória. Então, são quatro vertentes, ligadas a conhecimento, principalmente a pesquisa e inovação, e a Fundação pode até apoiar também – e aí seria um recurso privado – o Projeto Elminho”, diz ele.
Fonte: Prof. Marcelo Alcântara, do Departamento de Medicina Clínica da FAMED
Texto do site ufc.br