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Brasil

158 cidades do CE melhoram condições de vida de crianças e adolescentes e conquistam Selo UNICEF

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O Fundo das Nações Unidas para a Infância no Brasil (UNICEF) revela, nesta quarta-feira, as 158 cidades do Ceará que mais melhoraram as políticas públicas municipais voltadas a crianças e adolescentes entre 2021 e 2024 (confira a lista). Essas cidades avançaram mais do que a média nacional em diversas áreas, alcançando impactos positivos para a infância e adolescência – e agora recebem o Selo UNICEF. A certificação recorde no estado coincide com a celebração dos 25 anos do Selo UNICEF, que teve sua primeira edição inaugurada no Ceará (no biênio 1999-2000). 

Clique AQUI para ver a relação das cidades do Ceará contempladas

Para chegar a grandes resultados, as cidades premiadas se empenharam em cuidar bem da primeira infância e da adolescência; melhorar a educação – da creche até a transição de jovens para o mundo do trabalho –; investir na saúde física e metal de meninas e meninos; promover hábitos de higiene e acesso à água limpa; proteger crianças e adolescentes das violências; e garantir a proteção social às famílias vulneráveis, em especial aquelas oriundas de povos e comunidades tradicionais. 

Todas elas participam do Selo UNICEF, estratégia do UNICEF – tendo a Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do Ceará (APDMCE) como parceira de implementação no Ceará – destinada a apoiar cidades das regiões mais vulneráveis do País para que melhorem políticas públicas voltadas à infância e adolescência. Após quatro anos de muito trabalho, essas 158 cidades conseguiram melhorar mais do que a média nacional em diferentes áreas, com destaque para: imunização, educação e proteção contra as violências.  

“Não estamos falando das cidades com os melhores indicadores, mas das cidades que mais melhoraram em relação à situação em que elas estavam em 2021. O UNICEF comemora esse avanço de cidades em regiões vulneráveis que conseguiram tirar o atraso e melhorar mais. Com o apoio do UNICEF, esses municípios conseguiram trazer mais eficiência para a sua gestão em diferentes áreas ligadas aos direitos da infância e adolescência, passando a cumprir de forma mais eficiente o que já é um dever do poder público”, explica Youssouf Abdel-Jelil, Representante do UNICEF no Brasil.   

Embora ainda existam grandes desafios, os avanços alcançados pelos municípios que recebem o Selo UNICEF devem ser celebrados. “O que estamos fazendo nas regiões Norte e Nordeste é um trabalho de larga escala visando à garantia de direitos fundamentais para milhares de meninos e meninas. É importante que essas cidades continuem se desenvolvendo e evoluindo para que crianças e adolescentes que lá vivem possam ter uma trajetória plena, com oportunidades, protegidos e tendo melhores condições para viver”, complementa Youssouf Abdel-Jelil. 

O Selo UNICEF será entregue, oficialmente, aos municípios do Ceará em um evento em Fortaleza, no dia 11 de dezembro. Mais informações sobre local e credenciamento de imprensa serão compartilhadas em breve. 

Confira, a seguir, as principais conquistas que esses municípios alcançaram em quatro anos:  

Mais crianças imunizadas 

Coberturas vacinais melhoram mais nos 158 municípios certificados com o Selo UNICEF no Ceará, em comparação à média nacional. Enquanto, no Brasil, de 2020 a 2023, as coberturas da Tríplice Viral D2i aumentaram 2,6% (de 64,27% para 65,91%), nos municípios certificados pelo Selo UNICEF no Ceará o aumento foi de 41,4% (de 63,8% para 90,2%). 

“Após anos de queda nas coberturas vacinais infantis, a retomada da imunização merece ser comemorada. Vacinas criaram uma barreira protetora para toda a comunidade, impedindo que diversas doenças cheguem à população. Vimos, nos municípios que agora recebem o Selo UNICEF, grandes esforços que ultrapassaram os muros das unidades básicas de saúde e alcançaram escolas, CRAS e outros espaços e equipamentos públicos. Os dados nos mostram que ainda há muito a fazer para chegar aos 95% de cobertura previstos pela OMS. Mas estamos no caminho certo”, defende Luciana Phebo, chefe de Saúde do UNICEF no Brasil. 

Mais crianças na escola, aprendendo 

O abandono escolar caiu mais nos municípios certificados pelo Selo UNICEF, em comparação à média nacional. No Brasil, de 2019 a 2023, o abandono escolar caiu 38%, passando de 1,3% para 0,8%. Já nos 158 municípios certificados no Ceará, a queda foi maior: 74,7% (saindo de 0,8% e chegando a 0,2%). 

“Há, no Brasil, uma naturalização do fracasso escolar, fazendo com que a sociedade aceite que um perfil específico de estudante abandone a escola, ingresse de forma precária no mundo do trabalho ou na criminalidade, se mantenha na pobreza e esteja mais suscetível às diversas violências, incluindo os homicídios. Quando vemos cidades reduzindo o abandono escolar, estamos diante de um resultado potente, capaz de garantir que mais e mais meninas e meninos tenham trajetórias de sucesso, com direitos garantidos”, afirma Mônica Dias Pinto, chefe de Educação do UNICEF no Brasil. 

Mais crianças protegidas 

Quando falamos da proteção contra as diferentes formas de violência que podem ocorrer durante a infância e a adolescência, é fundamental que essas ocorrências deixem de ser invisibilizadas e possam ser mais bem prevenidas e respondidas. Para tanto, existe um sistema de notificações chamado Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia), que está disponível em todo o País, mas que nem sempre é utilizado.  

A adesão e o uso adequado do Sipia estavam entre as ações que os municípios que agora recebem o Selo UNICEF deveriam realizar. Nas cidades certificadas no Ceará, o número de notificações de violências contra crianças e adolescentes aumentou, passando de 879 notificações em 2020 para 29.307 em 2023. No mesmo período, nacionalmente, as notificações aumentaram de 118.995 para 578.859.   

“Tirar a violência da invisibilidade é o primeiro passo para proteger crianças e adolescentes. Os avanços nas notificações mostram que havia milhares de meninas e meninos sofrendo diferentes casos de violência, sem que o poder público soubesse e pudesse atuar. Com esses casos registrados, toda uma rede de proteção pode ser acionada”, explica Vanessa Wirth, chefe interina de proteção à criança do UNICEF no Brasil. 

Sobre os dados 

Os dados contidos nesse release têm como base fontes oficiais: Vacinação: Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI); Abandono Escolar: Censo Escolar da Educação Básica; SIPIA: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH). 

Selo UNICEF 

O Selo UNICEF é uma iniciativa do UNICEF para fortalecer as políticas públicas municipais voltadas para crianças e adolescentes. Ao aderir ao Selo UNICEF de forma espontânea, os municípios assumem o compromisso de manter a agenda de suas políticas públicas pela infância e adolescência como prioridade.  

A metodologia inclui o monitoramento de indicadores sociais e a implementação de ações que ajudem o município a cumprir a Convenção sobre os Direitos da Criança, que no Brasil é refletida no Estatuto da Criança e do Adolescente. O sucesso do Selo UNICEF é resultado da parceria entre UNICEF e governos estaduais e municipais por meio da atuação integrada e intersetorial. A atual edição (2021-2024) contou com a participação de 2.023 municípios de 18 estados. Desses, 907 alcançaram todas as metas e foram certificados. 

*Fonte e imagem de capa: Unicef Brasil

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