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Cultura

Ingressos para o musical “Jacksons do Pandeiro” estão disponíveis no Cineteatro São Luiz

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O espetáculo é uma homenagem ao cantor e compositor Jackson do Pandeiro e uma celebração aos 11 anos de estrada da companhia, que é uma das mais premiadas do país

Seguem à venda os ingressos para o espetáculo “Jacksons do Pandeiro”, da Barca dos Corações Partidos, que acontece no Cineteatro São Luiz nos dias 14, 15 e 16 de junho no Cineteatro São Luiz. Reconhecida por criar a mistura perfeita entre teatro e música em seus trabalhos, o musical, que tem Patrocínio Master da Rede e da Petrobras, através do programa Petrobras Cultura, venceu em 2021 o prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro). Desde a sua estreia, em 2020, já foi visto por mais de 100 mil pessoas.

O musical é uma homenagem do grupo ao cantor, compositor e multi-instrumentista paraibano Jackson do Pandeiro (1919-1982), o ‘Rei do Ritmo’, autor de mais de 400 canções recheadas de gêneros brasileiríssimos, como samba, forró, coco, baião e frevo. A idealização e produção é de Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, do Rio de Janeiro, responsável por espetáculos como ‘Elza’, ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’, ‘Sísifo’, ‘Macunaíma’ e ‘A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa’.

“Jacksons do Pandeiro” tem direção de Duda Maia, texto de Bráulio Tavares e Duda Rios e direção musical de Alfredo Del-Penho e Beto Lemos. Em cena, os integrantes da Barca, Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos e Ricca Barros, além de Renato Luciano (ex-integrante da companhia, que substitui Duda Rios na circulação do espetáculo), e os artistas convidados: Jef Lyrio, Everton Coroné, Lucas dos Prazeres e Luiza Loroza.

Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e no Sympla. Horário das apresentações: sexta-feira, às 19h, sábado, às 15h e 19h, e domingo, às 18h.

Jacksons do Pandeiro – Foto Renato Mangolin


O Musical
A montagem aborda episódios e músicas de Jackson que se relacionam com a vida dos atores em cena. “Optamos por distribuir a ação em brincantes que contam pedaços de suas histórias pessoais, as quais em muitos pontos coincidem com a história de Jackson. Falando de Jackson, falamos desses nordestinos anônimos. Falando deles, falamos do cantor e compositor que levou a vida deles para as rádios e as TVs, em forma de cocos e baiões”, analisa o autor paraibano Bráulio Tavares que, assim como seu colega de trabalho pernambucano Duda Rios, tem profunda relação com a cultura nordestina e sua poesia popular.
Ainda sobre a dramaturgia, Tavares explica: “Às vezes, o texto do espetáculo aparece em forma de música, às vezes como uma poesia ou um poema musicado. Cada vez que ele aparece, ele propõe uma nova brincadeira rítmica – mesmo não tendo uma métrica de poesia – por meio de um jogo de palavras ou outro mecanismo. A nossa ideia é fazer isso para dialogar com as músicas do Jackson, que tinham poesia, brincadeira e alegria”.


A concepção


O universo rítmico do homenageado norteou toda a concepção do musical. A diretora Duda Maia aprofundou sua pesquisa sobre a ideia de ‘corpo-rítmico’ dos atores, ao abordar um compositor cuja obra é marcada pelo suingue, ginga e síncope, aquele tempo musical presente no samba e em outros gêneros, quando o ritmo saía do tempo esperado. O elenco passou meses envolvido em oficinas, pesquisas e em um longo processo de ensaios, quando o texto foi desenvolvido a partir de exercícios e histórias pessoais.
A construção da trilha sonora partiu de uma minuciosa investigação sobre o vasto repertório de Jackson do Pandeiro. O musical reúne sucessos como Sebastiana, O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Cantiga do Sapo e outras composições menos conhecidas, que revelam mais da alma brasileira e sincopada do artista.


Além dessas canções, o musical traz músicas novas, que transformam a obra do homenageado, ao dar novos arranjos, acrescentar letras e introduzir canções criadas no processo. “É um ‘pedir licença’ à obra dele, mas sem deixar de homenageá-lo com todo respeito, carinho e admiração”, conta Duda Rios.


Assim como nas montagens anteriores da Barca, em “Jacksons do Pandeiro” todos os instrumentos são tocados pelos atores em cena. “Trazemos a forma sincopada do canto para o jogo de cena o tempo todo. Em nosso título, Jacksons aparece no plural porque são várias histórias que se cruzam e se confundem com a de Jackson”, conta Duda Maia.


A diretora revela ainda que dividiu o palco em dois espaços cenográficos, nos quais os atores brincam com seus diferentes níveis e alturas. Como Jackson era fã de filmes de faroeste, ela concebeu a encenação de algumas canções como pequenos curtas-metragens ou clipes animados, apresentados em um local que remete a uma tela de cinema.
Além do prêmio da APTR, “Jacksons do Pandeiro” foi indicado como melhor espetáculo virtual pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes).


Sobre Jackson do Pandeiro


Natural de Alagoa Grande (PB), José Gomes Filho (1919-1982) iniciou a sua trajetória artística ao acompanhar a mãe em rodas de coco, nos arredores de um engenho. Alfabetizado aos 35 anos, ele migra para o Rio de Janeiro e estreia em disco (1953) com um compacto que trazia dois sucessos que marcariam a sua carreira: ‘Sebastiana’ e ‘Forró em Limoeiro’. Nos anos que seguiram, participou de filmes, festivais e apresentou composições – a maioria com um toque característico de humor – que entrariam para a história da música popular brasileira. Deixou como legado mais de 140 discos recheados dos mais diversos gêneros, como samba, forró, baião, entre outros.


Cia Barca dos Corações Partidos
A Barca dos Corações Partidos nasceu em 2012 no espetáculo “Gonzagão – A lenda”. Ao longo desses anos, levou mais de 700 mil espectadores a teatros de todo o Brasil, praças públicas e ao palco digital. Ao lado da produtora artística e idealizadora Andréa Alves, conta atualmente com um repertório de sete espetáculos, selando cada vez mais uma digital de originalidade na dramaturgia do texto e nas músicas. Em 2014, “Gonzagão – A lenda” foi convidado especial da abertura do Festival Ibero-americano de Teatro de Bogotá (Colômbia). Composta por cinco atores-bailarinos e multi-instrumentistas, a formação híbrida de seus integrantes dá o tom do grupo. Seus espetáculos são prestigiados por críticos como Mauro Ferreira e Zuza Homem de Mello e já contaram com a participação de criadores como João Falcão, Duda Maia, Luiz Carlos Vasconcellos, Bia Lessa, Chico César e Bráulio Tavares.

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