Blog
A cadeira gestatória e o Papamóvel

Durante séculos, os Papas eram conduzidos em uma cadeira gestatória: uma espécie de trono portátil carregado por doze homens chamados sediari pontifici. Essa prática permitia que o povo, reunido nas basílicas ou praças, pudesse ver e aclamar o Santo Padre. O uso era sobretudo prático, pois o Sumo Pontífice, sentado na cátedra, nem sempre era visível em meio à multidão.
Essa tradição, embora carregada de simbolismo e pompa, foi gradualmente abandonada após o Concílio Vaticano II. O último Papa a utilizá-la regularmente foi João Paulo I, embora João Paulo II também tenha feito uso esporádico em celebrações específicas.
A partir da década de 1980, com o aumento das multidões e por questões de segurança, a cadeira gestatória foi substituída pelo Papamóvel, um veículo adaptado para possibilitar maior contato entre o Papa e os fiéis, especialmente durante as audiências e viagens apostólicas.
O Papamóvel representa, hoje, a imagem de um Papa próximo do povo, que deseja ver e ser visto, tocar e ser tocado. Ainda que a cadeira gestatória não esteja em uso, ela permanece como um símbolo histórico da reverência ao ministério petrino.
Na verdade, seja em um trono ou num veículo simples, o essencial permanece: o Papa é aquele que vem em nome do Senhor, para confirmar os irmãos na fé. Sua autoridade não está nos meios de transporte, mas na unção do Espírito.
Imagem: IA – Setor de Produção FM Dom Bosco