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Saúde

Diagnóstico precoce de câncer de rim pode trazer sobrevida relevante em até 93% dos pacientes

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No próximo 18 de junho é marcado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Câncer de Rim. Mesmo considerada uma doença rara, visto que corresponde a apenas 3% dos tumores urológicos, ela, infelizmente, ainda faz parte da vida de muitos brasileiros. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a incidência da doença no Brasil é de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes.

O câncer renal, em seu estágio inicial, se desenvolve de maneira silenciosa, onde começa a apresentar seus primeiros sintomas de maneira tardia. O urologista Emanuel Veras explica que a doença é mais comum em homens idosos, e que o acompanhamento regular, com o diagnóstico na fase inicial, ajuda no combate. “Sentir cansaço frequente, ter sangue na urina, dores na lombar e emagrecimento repentino podem ser sinais do câncer renal em um estado mais avançado. Então, ir a um urologista com frequência pode ajudar no diagnóstico precoce, também chamado de estágio 1, o que ocasiona uma sobrevida de 5 anos em 93% dos pacientes quando tratados com intervenções cirúrgicas”

Segundo estudo da American Cancer Society, quando o paciente já está no estágio 2 e 3, a possibilidade de cura declina para 90% e 75%, respectivamente, implicando a necessidade de incrementar terapias adjuvantes, como radioterapia, para complementar o tratamento. Enquanto isso, no estágio 4 acontece a metástase, fazendo com que o câncer se espalhe pelo corpo e diminuindo as chances de cura drasticamente: chegam a 18%.

A intervenção cirúrgica para tratar o câncer de rim se chama nefrectomia. Este procedimento remove parcial ou totalmente o órgão, dependendo do estágio da doença. No Brasil, a cirurgia é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que, de 2019 a 2024, chegou a realizar aproximadamente 18 mil operações pela rede pública de saúde.

Emanuel Veras comenta que uma das melhores maneiras de realizar esse tipo de procedimento é através da cirurgia robótica. “Com o auxílio do robô, a nefrectomia pode ser feita com maior precisão. Fora que é uma maneira menos invasiva de realizar a operação no paciente, o que ocasiona um período de recuperação mais curto”. Desde novembro de 2024, o Ceará opera cirurgias robóticas na área de urologia pelo SUS através do ICC, sendo o primeiro hospital do Nordeste a realizar esse tipo de procedimento no sistema público.

Com relação à prevenção, de acordo com a Organização International Kidney Cancer Coalition (IKCC), realizar atividade física com frequência pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver câncer renal em até 22%. Além disso, o Ministério da Saúde alerta que o tabagismo e o consumo excessivo de álcool colaboram para o desenvolvimento da doença, junto com a pressão alta e a diabetes, se não controladas.

No entanto, Emanuel ressalta que o fator genético também deve ser levado em consideração no combate ao câncer de rim. “Pessoas que tenham um histórico familiar com o câncer renal precisam estar um pouco mais atentas. Normalmente, quando há vários casos de um mesmo tipo de câncer em uma família, ou quando alguém é diagnosticado mais jovem, entre 40 e 50 anos, isso vem de uma síndrome hereditária, o que aumenta as chances de um diagnóstico”.

Para o médico, o câncer de rim ainda depende, em grande parte, do diagnóstico precoce para ampliar as chances de cura. Diante de sintomas persistentes e fatores de risco conhecidos, o acompanhamento médico não deve ser negligenciado. A detecção tardia segue como um dos principais entraves no enfrentamento da doença no Brasil.

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