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O canto que invoca o Espírito

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O Conclave não é apenas um evento jurídico ou administrativo. É, antes de tudo, um ato profundamente litúrgico e espiritual. Desde o início, os cardeais eleitores são convidados a entrar em clima de recolhimento e súplica. A música, neste contexto, não tem função estética, mas litúrgica e invocatória: ela conduz os eleitores ao Cenáculo.

A tradição recente, estabelecida pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, prevê que os cardeais caminhem em procissão da Capela Paulina até a Capela Sistina entoando o hino Veni Creator Spiritus — “Vinde, Espírito Criador” — um dos mais antigos e solenes da Igreja. Ao cantarem, pedem luz e discernimento ao Paráclito, para que Ele conduza a escolha do novo Sucessor de Pedro.

Essa música ecoa os primeiros momentos da Igreja nascente, quando os Apóstolos, reunidos com Maria, aguardavam o dom do Espírito. O Conclave, por isso, é como um novo Pentecostes. Após a procissão, há uma breve meditação feita por um pregador especialmente designado. Só então se inicia a votação.

A Capela Sistina, local da eleição, não é adornada com instrumentos musicais, mas com a arte silenciosa de Michelangelo, que clama por eternidade. Os momentos de canto, como o Veni Creator ou a Missa Pro eligendo Papa, são cuidadosamente escolhidos para elevar o espírito e recordar que este é um ato de fé, de entrega, de abandono à divina providência. A música no Conclave não é distração, é invocação. É voz da Igreja que geme e espera. É harmonia que prepara o coração para escutar a voz de Deus.

Imagem: IA Setor de Produção – FM Dom Bosco

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