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Economia

Presença feminina tem sido ampliada nos cargos de liderança, aponta estudo

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Pauta de discussões em diversos setores, a presença das mulheres em cargos de liderança tem sido cada vez maior. Apesar dos desafios que ainda enfrentam, como a luta por igualdade salarial e contra o assédio, as mulheres têm conquistado mais espaço em cargos de chefia. Segundo a pesquisa Panorama Mulheres 2023, elaborada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e pelo Talenses Group, o papel das mulheres tanto nas presidências de empresas quanto em outras posições de alta liderança no país saltou de 13% para 17% entre 2019 e 2022.

E essa é uma tendência que se deve consolidar. Outra recente pesquisa intitulada “Women in the boardroom”, realizada pela Deloitte e divulgada em 2022, revelou que em 10.493 empresas de 51 países, incluindo o Brasil, as organizações estão, em geral, muito mais atentas e preocupadas em avançar na equidade de gênero em cargos de direção. O mesmo estudo aponta que o percentual brasileiro de mulheres em conselhos demonstra um crescimento de 1,8%.

Portanto, mesmo com ressalvas, é possível afirmar que os avanços recentes na equidade da presença de homens e mulheres em posições de liderança já mostram resultados.

Embora ainda haja desafios, cada vez mais mulheres estão se destacando na liderança, inclusive em setores tradicionalmente dominados por homens. No setor de transportes, por exemplo, o percentual de trabalhadoras ainda é inferior. O número é de apenas 17%, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No entanto, elas têm assumido mais cargos de liderança no setor nos últimos anos, seguindo o panorama geral. Exemplo disso é o que ocorre no Sistema SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem no Transporte). A nível nacional, o quadro de lideranças é composto em 52% por mulheres.
O SEST SENAT também já pratica a equidade salarial entre homens e mulheres de mesmo cargo e função, além de fomentar a participação feminina no setor de transporte através da profissionalização e qualificação de mulheres.

Para Amanda Machado, superintendente da Federação dos Transportes de Passageiros do Ceará, Piauí e Maranhão (Fetrans), que atua há 21 anos no setor, a força, qualificação das mulheres e o apoio das entidades de classe junto às empresas de transporte têm proporcionado a mudança neste cenário.

“Além do setor de transportes, as entidades de classe também eram um ambiente dominado pelos homens, mas percebo que, as mulheres já se interessam em participar quando são apresentadas a esse universo. É evidente que as mulheres ainda enfrentam barreiras para alcançar posições de liderança, mas, acredito que hoje podemos estar em qualquer lugar que desejamos, desde que exista preparo e dedicação combinados a políticas públicas, esforços das empresas e o apoio de organizações. Desta forma podemos perceber que já existe uma perspectiva otimista para o futuro”, afirma a superintendente.

A executiva destaca exemplos de mulheres que já ocupam posições de liderança nas entidades. “Hoje, a nível nacional, temos nossa Diretora do SEST SENAT, Nicole Goulart, além da diretora do Instituto de Transporte e Logística (ITL), Eliana Costa. No âmbito regional, contamos com a atuação Fernanda Barreira, supervisora do CRNE I do Sest Senat; Denise Xavier, diretora do Sest Senat Fortaleza/Ceará; Claudia Muniz, diretora do Sest Senat Sobral/Ceará; Mylma Botelho, diretora do Sest Senat Imperatriz/Maranhão e muitas outras. Na própria Fetrans, temos a nossa diretora Ana Carolina Dias Medeiros, e diretora do nosso Centro Cultural, Aída Eskinazi. E nos sindicatos associados temos Jorgelle Matos, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luis (SET São Luís) e Joilma Sepulveda, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Piauí (Sineônibus)”, Maria José Luz, Gerente Administrativa do Sindiônibus, dentre outras, elenca Amanda.

“Todas são lideranças importantes para o Sistema Fetrans/SEST Senat e para o setor de transporte, com papel ativo, responsáveis por fazer o transporte avançar e desenvolver pessoas no setor”, completa a executiva.

Características da liderança feminina

Um artigo publicado em 2021 pela revista norte-americana Harvard Business Review apontou que países liderados por mulheres tiveram melhores resultados durante a crise da covid-19, considerando o número de casos e mortes relacionados à doença. O mesmo estudo também analisou a liderança nesse período dentro de organizações e demonstrou que as mulheres foram avaliadas de forma mais positiva que os homens por seus subordinados.

De forma geral, as mulheres se destacam nas chamadas soft skills, habilidades mais comportamentais e subjetivas, essenciais para liderar em situações de crise. Para além disso, a presença feminina nas corporações também tem impacto direto nos resultados financeiros. Estudo da consultoria McKinsey mostra que a presença de mulheres no mercado de trabalho e em cargos de liderança pode gerar um aumento de até US$ 12 trilhões no Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025. No Brasil, o acréscimo seria de cerca de US$ 410 bilhões.

“Há uma ampla variação entre indivíduos, e o sucesso na gestão depende mais das habilidades, competências e características pessoais do que do gênero em si. O mais importante é promover a diversidade de pensamento e garantir oportunidades iguais para homens e mulheres na liderança empresarial”, resume a gestora.

*Imagem de capa: Internet

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