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Brasil

Gastos com saúde mental desorganizam as finanças de 34% das famílias nordestinas, revela Serasa

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Para entender como as dificuldades financeiras impactam a saúde mental, a Serasa ouviu 1.766 consumidores de todo o país. Segundo o estudo, realizado pelo Instituto Opinion Box, 34% das famílias nordestinas enfrentam desorganização financeira por conta de gastos com saúde mental. As despesas com assistência psicológica já ocupam a sexta posição nas prioridades de gastos das famílias na região, à frente de custos com automóveis e educação.

Em um cenário onde mais de 18 milhões de nordestinos estão inadimplentes, o estudo revela que 50% dos entrevistados do Nordeste já enfrentaram simultaneamente problemas de saúde mental e dificuldades financeiras. “Muitas vezes, as pessoas têm vergonha de pedir ajuda, pois sentem que, ao contar para alguém, estariam atestando alguma espécie de incompetência na gestão de recursos”, analisa Valéria Meirelles, psicóloga especializada em finanças.

Impactos além das dívidas

Os efeitos dos problemas financeiros vão além do bolso: 73% dos entrevistados do Nordeste relatam que se sentem mal por pedir dinheiro emprestado a familiares e amigos. A pesquisa também aponta que 68% dos nordestinos preferem resolver sozinhos seus problemas financeiros, acreditando que conseguem lidar sem ajuda externa. “Não deixamos de ser bons pais, filhos ou amigos por enfrentarmos dificuldades financeiras. Falar sobre dinheiro com naturalidade é o primeiro passo para superar as dificuldades”, comenta Valéria.

Prejuízo no trabalho

As dívidas e pendências financeiras também afetam o ambiente de trabalho. Segundo o estudo, 73% dos entrevistados da região Nordeste afirmam passar boa parte do tempo de trabalho pensando nas contas a pagar. “Estar endividado ou com dificuldades financeiras não desqualifica o colaborador, e cuidar da saúde mental pode ajudar a melhorar o desempenho profissional”, ressalta a psicóloga.

Saúde mental = saúde financeira

Os dados apontam que 93% dos nordestinos entendem que investir em saúde mental pode melhorar a situação financeira a longo prazo, e 70% afirmam que gostariam de investir ainda mais nesse segmento. “Depois da pandemia, as pessoas se preocupam mais com a saúde mental, buscando qualidade de vida, praticando exercícios e adotando outras iniciativas para lidar com as emoções”, reforça Valéria. “Essa tendência positiva mostra que a saúde mental saiu do segundo plano e se tornou um objetivo essencial para uma vida melhor.”

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